![]() ![]() |
![]() |
UFDC Home | Search all Groups | World Studies | South America Collections | UF Latin American Collections | | Help |
Material Information
Subjects
Notes
Record Information
|
Full Text |
11*11 Mili
Ummh MMI MI N. 276 Ih/io - DIARIO DE PERNAMBUCO. ,.. SSZZZEXSt "' m"u ~ D",,UN- *" """ f "< * r V Quabta Fkika 93 de Dezembbo. A Victoria V. * / 1 freamar as % horas e disminuios da tarde. Continuaca da Lanterna Mgica. Sta vamos jols, eu, eobom velho assentado na calcada, quando ouvimos jgrande alarido, e gente correndo para boma casa terrea, que tinha a porta a* berta : levan tamo nos, e fomos ver tao- bem oque seria. Era, segundo vimos, liuin homem endemoninhado, a quem hum Religioso da Penha estava exorcis- mando. Sainamos d'aqui ( disse eu ) que liada tenho, que ver. Como te engaas ( respondeo-me o velho ) espera, e ouvi- Hs boas cousas. O pobre possesso hera hum Meirinho, e logo queo Padre I he a- tjrou duas esloladas no eapinhaco, soltou acaravelha, e agora o vers. Comecou o diabo a dizer cousas k Justica que me fizera arrepiar os caTOIos. Se der li- cenca a este enredador (disse o Exorcis- ta ) dir' mil outras velhacarias contra a Justica ; porque corrige o mundo, e lhe tira com o seu temor, e deligencia as al- ias, que tem de 61 ho para o inferno. Nao o faco por isso ( respondeo o diabo ) se nao pelo adagio, que diz quem he o teu inimigo? O otficial doten officio : tem do de mim ; e tira-me des te corpo, poissou huin demonio de preudas, e qua- lidades, e perderei muito no inferno por ter ca' estado com ms companhias. Eu te porei boje fura ( disse o Padre ) de do, que tenho deste homem, e nao de ti, que o nao mereces. Pede-me alvicaras ( res- pondeo o diabo ) se hoje me tiras daqui ; eadverte, que os golpes, que lhe dou, e o que o aparreio au he, se nao porque en, e elle brgamos o' sobre quem hade estarc melhor lugar, e andamos a mais diabo te elle. Acabou isto com huma grande risa- da : e proseguio repetinejo quatro versi- nhos. \J\ (^ disse eu ) tabera ha' Poetas no inferno ? O' le se os ha' ( respondeo- me o diabo ) E que penas sofrem estes? ( repliquei-lhe admirado ) Militas (disse) e pioprias. Huns se atormehta ouvindo gabar as obras dos outros. Poeta ha, que tem mil anuos de inferno, e anda nao a- cabou humas decimas a certos ciume*. Estes vers atormentando-se, e dando l Roadas huns nos outros; aquellepaia atibar hum consoante nao ha' escondrijo no inferno, que nao tenha resoulvido, r ow endo as unhas. Estao alguns arranjado- res de Dramas, e Entremezes ; mas he de advertir, que estes trovistas na6 estao com os de mais, porem, como tracta de fazer enredos, estao entre os Procuradores e Solicitadores, g$nte que so tracta disso : e no inferno todos assim estao apposenta-. dos. Hum Artilheiro, que para la'foi outrodiu, querendo, que o pozessem e n* tre gente de guerra, como ao perguntar* se-lhe sobre o officio, que no mundo ti- nha tido, respondesse, que daV tiros ; foi remetido para o quartel dos contra bar dis tas; pois sao os que no mundo fazeru grandes tiros. Hum alfaiate, porque dis se, que tinha vivido de cortar de vestir foi aposentado com os maldizentes. Hum ceg, que quiz encaixar-se com os Poe- tas, foi levado aos namorados ; porque todos o sao. Outro veio por humas mor- tes, e esta' com a facilidad Medica. Os Mercadores, que se condemnao por ven- der, estao com Judas. Os mos Minis- tros, pelo que tem surripiado, alojao-se com o mo ladrao. Ouvi-te fallar (" disse eu ) dos namo- rados ; e por ser cousa, que a muitos to- ca ; desejo saber, que qua*itidade ha del- lespor la'. Manha he dos namoradoa ( disse ) que lhe toma tudo ; porque to dos o sao de si mesmos: alguns do seu, di-j nheiro, outros de suas Ralavras, outros d% c mmm (1110) i suas obras, e algn s das molheres; e des tes ltimos lia' menos que de todos no in- ferno ; porque ha' molheres taes, que com ruindades, e mos tractos, e peiores correspondencias dao aos homens mil oc- casioes de arrependimento. Como digo,, lia' la* poucos destes, porem bous, e de divert ment, se al i tvesse lugar. Al gnns ha', que cm zlos, e esperanzas a mortalhados, e em desejos, vao pela pos ta ao inferno sem saber como, nem quan- do, nem de que maneira. Ha' amantes alacaiados, que ardem cheios de cintei- ros ; outros crinitos, como cometas, chei- os de cabellos, e outros, que s nos bi- Ihetes, que levao das amadas, forra 20 anuos de lenha a fabrica da caza, abra zando-se ; eassando-se nelles. Sao de ver os que tem querido donzellas, com as bocas abcrtas, e as mas estendidas. Destes huns se condemnao por tocar, fei- tos bobos dos outros, sempre em vspero do contento sem nunca Ihes chegar o dia, e s com o titulo de pertendentes : outros se condemnao pelo be jo, brnxuleando sempre os gostos sem os poder descobrir. Atraz destes em huma masmorra es tao os aduladores : esles sao os que me* lhor vivem, e peor passao ; outros Ibes sustentao as cavalgduras. Abaixo des tes em hum retiro mui sujo, e atravanea- do de madeiros do ar estao os da irmanda de de S. Cornelio, gente, que anda no Inferno nao perde a paciencia, que como levao leita a' prova da ma' moilier que ti ve rao, n en huma cousa ps espanta. Atraz del les estao os que se namorao de veljis, prezos em cadeas; porque os diabos de fiomens de tao mo gosto nao sejulgao se- guros. Achaose taohem presos de outro lado os Merca dores : homens destes tem hido o iufernoi que vendo a lenha, e fo go, que la' e gasta, tem querido fazer monopolio com a luz, ejahouvehum, que quiz arrendar os tormentos, pare- cendo'jhe, que ganliaria rnuitocom elles. Estes temolos junto aos Ministros, que por ca' of permittem. Logo ha' la' Mi- nistros ? Pois nao ( disse o tirabo ) os Ministros sao os nossos picados, o nosso prato favorito, e a sement, que mais proveito, e fructo nos da'; porque de ca- da Ministro, que semeamos, cofhenios seis Procuradores, quatro Escrivaes, sin- co Letrados, e 6, ou 8 mil demandistas, e traficantes, e isto todos os dias. De ca- lda Escrivao colimaos 20 officiaes; de ca v -- da Alcaide 10 Meirinhos ; e se o auno he frtil em trapassas, nao ha' trouxas no inferno onde recolher o fructo de hum mo Ministro. Taobem querers dizer ( tornei en y que nao ha' justica na trra ? Como nao ha' justica ? ( respondeo-me ) Pois no* sabes o que aconteceo a Astra, quando ogindo dos homens subi ao Ceo ? Se o nao sabes; eu te quero contar. Vie rao a trra a Verdade, e a Justica : huma nao achou commoddade por despida, nem a outra por ser rigorosa. Andarao muito tempo assim, ate que a verdade de neces sidade morreo. A Justica desacomodada andou pelo mundo, rogando a todos ; Yendo, que nao faziao caso d'ella, e Ihe uzurpavao o nome para honrar tyranmas>- determinou voltar para o Ceo : sabio da grandes Cidades, e Cortes, e foi para as Aldeas de camponeos, onde esteve escon*> dida em sua pobreza por alguns dias : foi hospedada pela simplicidade, ar qufr contra ella mandou requisitorias a mali- cia. Fugio entao de todo o ponto, e an- dou de caza em casa, pediudo, que a re- colhessem. Perguntavao-lhe todas quenV hera ? Ella, que nao sabe mentir, di- zendo ser a Justica; todos Ihe respondan " Nao em minha caza assim abando* nada vou para o Ceo, dentando ca' ape- nas as pegadas. Os homens, que isto vw rao baptizarao com oseu nome algumas varas, que bem ardem no inferno, e no mundo s* tem o nome de Justica ellas, e os que as trazem, porque lia* milita des- tes, em quem a vara furia mais, do que o ladrao com gazua, chave falsa, e escu- da. Esta a historia da Justica: mas dei- xando isto, quero dizer-vos, que estamos muito sentidos do mal, que nos tractaes, pintando-nos com un has, nao sendo nos gatos, com rabos, nao ha vendo diabos rabes, com galhos nao sendo cabras &e. &c. Alem dista fallando commumente, nao ha' cousa por ma', que reja, que nao a deis ao diabo, e em vos enfadando de qualquer cousa, dizeis logo Os diaboa te levem : e advert, quesaS mais os que la' vao por si, que os que trazemos; por que nem de todos fazemos cazo. Ah es- tao os Taberneiros, que tao pouco j|res- so del les fazemos, que anda 3 sol tos por todo o inferno, e de portas a berta* ; por que gente, que tanta deligencia faz por hirpara la' nao he de temer, qwefuja; i J \\ -r ?. 'f I1 l'H'JJJP "" "'' r'"">'~"<" i 'iii ''" ni "'' r"i" n i fin) atem de que esses homens para ali trans* .plantados em tres mezes ficaS tao dtaboa, como nos : so temos o cuidado de o nao deixar aproximar-se ao fugo dos outros para Ih'o nao aguarem. Nao ha* muitos dias, que hindo eu ao inferno levar hum reqado de certo Dzunbargador, encot- trando immensa gente m* caminhoy na vi hum so Escriva. Ol! jetase es- pantado) he possivel, que todos se sal* vem ? Como he isso ? Nao encontraste hum so na estrada ? He ( respondea-me o espirito) porque nao andao, voao com as pennas; e nao o havelos no cami- nho da perdicao, nao he porque muitos, que sa5 ma5s, deixem de la ir; porem sim porque he tanta a pressa com que va\ que voar, chegar, e entrar he tu* do hum. E deves saber, que se fores ao inferno, nao acharas hum so Escrivao. Como assim ? ( tornei lhe eu ) Eu te di- go (respondosme ) he porque la nao tem o nome de Escrives mais sim sao conhecidos por gatos ; e esta a rasao por que sendo o inferno huma casa tao gran- de, etaoantiga, nao ha la hum rato; que. elles todos cacao. E tambem ha por ' la roaos Ministros ( preguntei-lhe eu ) iNenhum est no inferno fdisse fazendo dar grandes pinotes ao posese) porque ero cada nio Ministro, ainda en vida; esta o inferno torio. Renzi-me, e disse " grande he a ojeriza, que vos outros dia- bos tendes gente da Juslica Pois nao Ihe havemos ter ? C respondeo o demo ) Elles sao ta6 endiabrados pela maior par- te, que tememos, bajao de fazer, que sobremos nos em materia de conrfemnar almas, e se nos levantem com o officio detinhosos, e Lucifer venha a prover-f de demonios, e nos dispeca a nos para re- cbelos a elles. Dize-me mais; pois que tanto sabes, taobem ha vera' por la' Jornalistas ? Ami- gamente ( disse o diabrele rindo ) nao os ha va, mas de 200 annos a esta parte ad- quirimos mais essa mercanca : he hum regalo veras grandes mentiras, e patra- nhas, que urdem, as batalhas, que dao, e os alvitres, que offerecem as Authori- dades infernaes: estes morao com os Mercadores : outros ha', que vivem com anpennas aparadas, e promptos a encher fohas, e folhas na defeza de qualquer diabo, huma vez, quetenhajurisdicao, e sendo elies osmaiores enredadores do a- verno, quando outros os acpita, e Ihes atira tizonadas, berreo, e se eegamcad, pondo ps em parede, e Hiendo, que lhes querem mal; porque sao homens da fe do Carvoeiro, e amigos da ordem : sao por isso arrumados com os adulado- res, e de mais condemnados a ter as ven- tas nastrazeiras de Judas, de Pihitos, Herode, e Bar raba z. ( (lontinuar-se-ha ) . ictor. Nao sabe Vm. que modo quer o Capitao Mor acoronela- do beneficiar ao seu protegido, e amig o facinoroso Cardeal ? Nao hade saber sem duvida : pois eu lhe direi. Quantlo o Corregedor desta Comar* ca, o Ouvidor Jacobina, estava no Pane- ma chegou-lhe um soldado a porta com urna carta do S. N. e I., a qual abrin- do-a o Ouvidor, sachou inclusos dois re- querimentos feitos pelo sobredito Cap? tao Mor, que perito na: advocacia, para serem despachados a favor do Reo Semea Ferreira Leite Cardial, de quem elle nao teve vergonha de se abaixar a ser Procurador, e Advogado. Ora vis- ta de semelhante coiza nao poda o sol- dado deixar de ser interrogado ( como de facto ) se vinha ganhando o seu salario, e quanto, visto ser nao menos de 40 legoas da caza do mencionado Capitao Mor a- quelle lugar ? Respondeu que nada por que nao costume levar coisa alguma do S. N. e I. Semelliante resposta deixou o interrogante asss admirado, e absorto! Sim ; porque um Capitao Mor acoronela- do, dalgo, e rico, Snr. de numeroza es- cravatura, aproveitar-se da inocencia de um pobre soldado, para o poder mandar a negocio de seu protegido a titulo de S. N. el., nao era para deixar de admirar; e por e*ta raza a mais seeslendeo a curi- osidade do interrogante, e foi: perguntar ( ao Soldado ) seu nome, naturalida- de, morada, &c., &c. fazendo de tudo urna circunstanciada memoria, que ge ada goardada. Que bom modo, Snr. Edictor, de fezer cortesia com o chapeo alheiol E' assim, que, sem custo, este Snr. tem ad- querido fama, honra, e dignidade neste Termo, para poder reinar nelle a seu bel praser, &c, &c. De tudo quanto cima fica dito, se duver quem ouse duvidar, informe-se do - t i /. I lil.H..... (1112; Lt^cir' <"'e ta,~'-9a WRocelas debelada . Adeus, S,.;. Edictor, espere por Zl ^^ bscoutin,'' *> L*. ftfeSWKsa: S dis, ifa, s;"'i,nc,ito tinto, de Brdeos, e verde, muito boa servcjaein sextos de duzia, sidra ein >ar. rafas, mmto bous paios, e prezuntos, Un do por preeo cmodo. ^^ Allug-a-se. M Leilao as beinjfeitorias de liutn sitio 4HAvA";08' *? ?'*da Larangea, em que consisten! n' inj.ua caza de taina e ~ .d* VWnte Ferreira dos Gui- ajgumas arvores de fruto, estando a Tais ** mot- tifru (luir,.!..!.. _____ . biscas do Sen assio-naute, e venerador. O Cmbrente Vende-se, trra devoluta preparada e prompta, pa- ra ser iigricultada, o mesrno sili befo- iciro a Senboca D. Anua Joaquina Joze ci Jezus a quem paga o 6ro de 5^000 WIJ annuaes ; os ttulos existem em poder do Cnsul luglez o quai esta' autimnsado para uzer e assignar a dita venda como Ie*tamenteiro dos bens do fallecido Joze Mn^lel.eur,t ; e fcera' effeito u dita venda no Consulado Britnico na ra da Cruz no. da 8 de Janeiro de 1830, a J hora da rifo 'Amas de Leite EnnzA^e de huma que ten la bom leie, eseja preta cativa; na ra do OaIdere.ro sobrado novo D. 5. -----------------*----------------- ' Noticias Martimas. Entradas. 'a 17 do correte. Goianna ; 24 horavCanoa^ Santa Cruz; M. Caetano ' I -7 "ui,uj iTiiiizen, t.jip. I, carga fazendas, a Nicolao UUc b eber, passageiros G. H: F. Zea* nier, csrxeiro Hambr Siludas. > t ultimo sitio de mais extensao, e"leudo Din., A~\?T^P5 3 ^ ** multo maiores bemtitorias. ^T'm "^ *** tze, Na ra da Cadeia do Recife, arma* zemN.o ,2> doss8 de calda de Lisboa citado ..no Brigue Ligeiro, o que raras' vezes aparece tao perfeito, e be das ua. ulaes egumtes Taboleiros de mariuelada de 4 libras ca~ da bum branca, e vermelba da primei- ^ ra quablade Frascos com dosse de pera de -1 a 6 libras irnos dito de pesegos V fyilm dito de giiya ' difoyeje.ade rinja dito dita de ninrineltida dito de q na ros de Mirmelo ditodeorcliataem po' Pitos Ditos Julos Ditos Ditos Ditos zuro, M. Jernimo Moreira, equip 9 em a.tro. Rio de'Janeiro; &" 5 eipup. M, carga sal e niais gneros ~1 Porto de Galinl.as ; 8. ttaiuha 1" A^ &.VS^"*" Go",es>e- r "ey, e.|Uip. 12, carga acucar. > i^viam^^aa Tipgrafo do Itiario,, ' I mm |
Full Text |
xml version 1.0 encoding UTF-8
REPORT xmlns http:www.fcla.edudlsmddaitss xmlns:xsi http:www.w3.org2001XMLSchema-instance xsi:schemaLocation http:www.fcla.edudlsmddaitssdaitssReport.xsd INGEST IEID EGWNFYFJU_89RYNF INGEST_TIME 2013-03-25T13:13:00Z PACKAGE AA00011611_00599 AGREEMENT_INFO ACCOUNT UF PROJECT UFDC FILES |